O que é o Yôga?...

E quanto a si, sabe responder à questão: o que é o Yôga?
Vamos lá tentar ajudar...

"O YÔGA NÃO É O QUE VOCÊ PENSA: É MUITO MAIS INTERESSANTE!
Prepare-se para grandes revelações. Tudo o que as pessoas imaginam que o Yôga seja, ele não é. Se você pedisse a um amigo bem informado, lido e viajado, que escrevesse dez frases diferentes para definir e classificar o Yôga, é bem provável que em dez ele errasse.. as dez! Mas não fique decepcionado: muitos praticantes de Yôga cometeriam erros semelhantes.
Então vamos começar por aí, pelo que o Yôga não é:

1) Yôga não é uma palavra feminina.
(...)Yôga é um termo masculino, pronuncia-se com ô fechado, escreve-se com Y e jamais com i. (...). Confirme a existência do acento circunflexo nos livros Aphorisms of Yôga, de Sri Purôhit Swámi, Ed. Faber&Faber, de Londres, e Léxico de Filosofía Hindú, de Kastberger, Ed. Kier, de Buenos Aires, acento cuja presença é ratificada pela Encyclopedia Britannica.

2) O verdadeiro Yôga, de mais de 2.000 a.C., não comporta nenhum misticismo.
O misticismo constitui uma deturpação que começou a ocorrer cerca de 20 séculos depois do surgimento do Yôga e atingiu seu apogeu no período medieval. O desenvolvimento de chakras, o despertar da kundaliní, a aquisição de para-normalidades, bem como as percepções e estados de consciência superior que o Yôga de facto proporciona, nada têm de sobrenatural. São fenómenos perfeitamente naturais, e estão ao alcance de qualquer pessoa que tenha disciplina.

3) O Yôga não é terapia.
Embora produza efeitos expressivos sobre a saúde, o Yôga é classificado como filosofia e não como terapia. Os superlativos benefícios que o Yôga proporciona devem-se ao facto de que o praticante está a executar técnicas corporais inteligentes, a treinar respiratórios, a administrar o stress, a superar o sedentarismo, a aprender a alimentar-se melhor, a explorar o seu potencial interior, etc. (...) Mas não se deve procurar o Yôga quando se está doente e sim antes. (...)

4) O Yôga não acalma: dá energia!
Não confunda reduzir stress com acalmar. (...) Nos textos antigos da Índia sobre o Yôga, ele é associado à ideia de força, poder e energia. Jamais com a de calma e passividade. (...) O praticante de Yôga não deve ser calmo, mas sim forte e dinâmico.

5) Não existe um tipo único de Yôga: existem 108 modalidades.
(...) As modalidades de Yôga não são compatíveis entre si. Quem pratica um Yôga não deve misturá-lo com outro. Deve-se procurar um que seja mais autêntico e dedicar-se exclusivamente a esse, sem mesclas. Quem se dedica a outros sistemas supostamente similares, tais como tai-chi, chi-kun, do-in, shiatsu, (...), etc. não deve misturá-los entre si, nem qualquer um deles com o Yôga. Se desejar dedicar-se ao Yôga ou a qualquer uma dessas correntes, deve parar com as demais e oferecer dedicação exclusiva e séria, sem miscelâneas, à que elegeu.

6) O Yôga não tem teoria. É estritamente prático.
Quando você executa as técnicas, isso é Yôga. Quando fala sobre elas, não é. (...) O Yôga é a prática. A fundamentação teórica do Yôga chama-se Sámkhya. O Dicionário Aurélio confirma: Yôga é a prática da filosofia Sámkhya.

7) O Yôga não é parado. É dinâmico. É lindo. É forte.
(...) Se, eventualmente, alguém supuser que o Yôga antigo não possuía coreografias e que foi este autor que as introduziu, devemos corrigir o conceito (para que não se torne preconceito): o que fizemos foi resgatar uma estrutura antiga, que estava quase perdida. Quer um exemplo? Súrya namaskara. Ele é considerado um dos mais antigos conjuntos de exercícios físicos do Yôga, que remonta aos tempos em que o homem primitivo venerava o Sol. (...) Portanto, o que hoje chamamos coreografia, já existia e era uma prática bem remota. Actualmente é pouco conhecida por estar praticamente extinta. Quanto a parecer dança, não nos esqueçamos de que o criador do Yôga, Shiva, era um dançarino e foi imortalizado na mitologia com o título de Natarája (rei dos bailarinos).

8) O Yôga não demora a produzir resultados.
Uma grande quantidade de efeitos começa a processar-se nas primeiras semanas e muitos deles são sentidos até na prática inicial. A flexibilidade começa a aumentar a partir da primeira sessão. No primeiro dia o stress começa a declinar. As dores nas costas provenientes de má postura cessam imediatamente. (...) Contudo, é fundamental encarar isso como um acréscimo de saúde decorrente de uma revisão da sua qualidade de vida, exercícios, alimentação e atitude interior, mas não como terapia.

9) O Yôga é para gente jovem.
Não apenas cronológica, mas biologicamente jovem. Isso dá alguma esperança aos já mais maduros pois, independentemente da idade, uma pessoa jovem pode estar menos apta do que outra mais velha. Contudo, errada é a concepção de que o Yôga possa servir para a terceira idade. Só se o praticante estiver em excelente forma física. Um Yôga verdadeiro é muito forte para pessoas idosas ou enfermas. (...) Não queremos declarar que os exercícios adaptados venham a ser forçosamente desaconselháveis. Absolutamente. Dependendo da competência do instrutor, podem vir a ser benéficos. Só que, nesse caso, precisariam de ter outro nome, já que Yôga deve conduzir a uma meta claramente definida, o samádhi, a qual não é proporcionada por tais programas simplificados.(...)

Neste ponto é conveniente conhecermos a definição de Yôga mais aceite no mundo inteiro para designar qualquer tipo de Yôga:
Yôga é qualquer metodologia estritamente prática que conduza ao samádhi."
DeRose in "Programa do primeiro ano do Curso Básico de Yôga", Ed. União Nacional de Yôga

E agora, dúvidas esclarecidas ou novas questões surgidas?
Caso a resposta seja a segunda hipótese, procure o seu instrutor. Ele é a pessoa melhor formada para lhe responder a todas as suas questões, desde que estejam relacionadas com o Yôga, claro!...

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